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segunda-feira, 21 de março de 2011

RECICLAGEM DE GARRAFAS PET PÓS CONSUMO ( I )


As garrafas de PET começaram a ser utilizadas aqui no Brasil no inicio da década de 90, no envase de bebidas carbonatadas e águas minerais. Havia na época 2 (dois) fabricantes de resinas PET, uma pertencente a Rhodia ( SP ) e outra em Camaçari, na Bahia. Na realidade, o grupo baiano foi quem iniciou o pré marketing com resinas importadas de PET e injectando as pré formas (parison), em Manaus (Am).
O sucesso da substituição das embalagens de vidro, principalmente das embalagens de  refrigerantes na época chamada de "embalagens família", foi tão grande, que rapidamente conquistou o mercado, gerando uma falta de matéria prima no mercado nacional, necessitando importar essa resina dos mercados da Argentina e Coreia do Sul.
A experiência dos grupos internacionais em seus países, como a Rhodia e a Coca-Cola, já se anteciparam ao sucesso dessa nova embalagem e criaram uma espécie de verticalização (hoje chamada de responsabilidade estendida), para o problema que viria que era o da RECICLAGEM destas embalagens. Foram criadas algumas recicladoras, aproveitando a estrutura já existente de colecta e separação dos materiais recicláveis feitas pelos sucateiros e associações de catadores e dos trabalhadores dos lixões. Também um órgão representativo chamada de ABIPET, com a função de divulgar e promover o consumo das resinas de PET e também a incentivar a reciclagem da mesma.
A própria ABIPET promove uma divulgação dos resultados anuais do consumo de material virgem para utilização em garrafas de PET, e também um censo sobre a evolução da reciclagem no Brasil e no mundo (actualmente estão no 6° censo).
Em um levantamento histórico sobre a reciclagem destas embalagens, verifica-se que desde o seu início, a única medida eficaz tomada para o aumento da quantidade de material reciclado, foi a introdução da prensa hidráulica para enfardar as garrafas e aumentar a sua densidade aparente. Medida que favoreceu os catadores que formavam as associações e os catadores independentes que vendiam seus materiais aos sucateiros.
O enfardamento permitiu  diminuir drasticamente o frete do material a ser reciclado e este ganho financeiro, parte foi repassado aos catadores, praticamente dobrando o preço do material a ser reciclado . Também a criação das cooperativas pelas prefeituras auxiliaram a melhorar o índice de reciclagem nos últimos anos.
A utilização das garrafas de PET, vem conquistando novos mercados, como o mercado dos óleos vegetais, sucos, chás, bebidas isotonicas, ampliação do mercado de águas e outros. Este crescimento vertiginoso,  juntamente com o desenvolvimento de novas tecnologias na área petroquimica,  tornou o  sistema de produção  das resinas  de PET implantado no Brasil obsoleto, que não conseguiu competir com os preços internacionais. Hoje a produção desta resina esta localizada no estado de Pernambuco, produzida por uma empresa italiana que praticamente supre a necessidade do mercado nacional.
As informações sobre as resinas virgens de PET, não são muitos transparentes e também os preços praticados, devido a legislação brasileira não permitir o uso de material reciclado em alimentos, portanto não sabemos quanto dessas resinas estão sendo importadas, ou quanto é o material reciclado industrialmente, ou quanto efectivamente foi utilizado para fabricação de garrafas para alimentos, nem mesmo os números dos índices de reciclagem são precisos, simplesmente, utilizados como referencias, como orientado pelo próprio confecionador do censo. 
O que realmente sabemos, de uma forma prática é que a quantidade de garrafas PET esta aumentando dia a dia, nos lixos, nos logradouros públicos, nas calçadas, nos rios e lagos e caso não haja uma medida urgente sobre a sua utilização e descarte, muito em breve teremos as consequencias que hoje são notícias e manchetes em outros locais no mundo.


Esta é uma parte de um artigo que pretende conjuntamente com a implantação da Política Nacional dos Resíduos Sólidos buscar uma solução mais eficiente para a reciclagem das garrafas PET pós consumo e trata-la como uma logística reversa das embalagens e apropriar as responsabilidades a todos os actores envolvidos directamente ou indirectamente no problema.
















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