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sábado, 26 de março de 2011

DENSIDADE APARENTE : O QUE É E PARA QUE SERVE?

O sistema de reciclagem de garrafas Pet pós consumo esbarra em um problema muito comum nos meios de transportes, que é O CUSTO do frete. Nos  transportes seja rodoviário, ferroviário ou aéreo a cobrança do frete é definida pelo peso do material ou pelo volume ocupado pela carga a ser transportada.
Desta forma entra em cena uma variável física chamada densidade, que é a relação entre a massa do objecto avaliado, dividido pelo volume ocupado pelo  mesmo. Existem diversos tipo de densidades e uma das que nos interessa no momento é a densidade aparente do material, também conhecida como densidade de massa ou bulk density. 
Quando se tem uma rocha sólida, ela tem um peso (P) e ocupa um certo volume (V1), portanto tem uma densidade R= (P)/(V1), quando a pedreira quebra esta rocha em vários pedaços pequenos, estes pedaços pequenos passam a ocupar um volume (V2), maior que o volume (V1) inicial. Esta nova relação peso (P) com o volume (V2) é que chamamos de densidade aparente = (P)/(V2).

No caso das resinas PET acontece a mesma coisa, a resina tem uma densidade em torno de 1,35g/cm3, porém ela não sai da fabrica como uma massa sólida, ela é comercializada em forma de pellets (graõnzinhos)  e a sua densidade aparente é de 0,85 a   0,88g/cm3. Quando a resina é injectada para fabricar a pré forma de 2l, a sua densidade aparente vai para 0,52 a 0,54g/cm3  e quando a pré forma é soprada para fabricar a garrafa final a sua densidade aparente é de 0,025g/cm3 . Resumindo a cada forma que a resina vai sendo moldada a sua densidade aparente vai se alterando.  

No inicio da reciclagem das garrafas PET pós consumo, as garrafas colectadas eram transportadas normalmente como vemos nas figuras acima, a sua densidade aparente era muito baixa e como o ganho dos catadores e das associações de catadores, era por quilo, o ganho relativo ao PET era muito pequeno e as vezes nem compensava o recolhimento.
Com a utilização das prensas para enfardar as garrafas PET como vemos na figura ao lado (densidade aparente entre 0,059 a 0,108g/cm3), o preço do material recolhido e seleccionado, praticamente dobrou de preço, devido ao barateamento do frete do  material a ser reciclado para as recicladoras, que foi repassado para os catadores, servindo como um catalisador para aumentar o índice de reciclagem destas embalagens.
Por que as empresas engarrafadoras de refrigerantes e águas não utilizam as embalagens de PET retornáveis? Uma óptima pergunta! Não teríamos o problema de reciclagem das garrafas PET, visto que seriam desenvolvidas garrafas com densidades aparentes mais altas que permitiria ter embalagens com qualidades técnicas que poderiam ser retornáveis o número de vezes compatíveis com os custos das garrafas descartáveis.
Este é um assunto, que caso alguém tenha interesse dá para fazer uma tese de pós-graduação e depois uma tese de mestrado e depois uma tese de doutorado e ainda continuar se especializando e não conseguira esgotar o assunto e chegar a uma conclusão. Não estou afirmando que não haja trabalhos científicos sobre o assunto, existem milhares de teses de todos os níveis é só procurar na Internet não só nos bancos de dados do Brasil, mas no mundo todo e não há um posicionamento.
O assunto é bastante polémico devido a sua complexidade e envolver várias frentes teóricas como: aquecimento global, fontes renováveis, ciclo de vida, meio ambiente, sustentabilidade, economia e outros. Então, vamos ficar no assunto que começamos, a densidade aparente.
Em 2009 o pais reciclou 198,8 mil toneladas de sucatas de latas de alumínio (96,2%) ou 14,7 biliões de unidades ou 40,3 milhões de unidades/dia ou 1,7 milhões unidades/hora, não sendo esta actividade obrigatório por lei como no Japão (93,4%). O Brasil consegue atingir esta marca mesmo sendo a terceira (3ª) maior reserva mundial de bauxita, depois da Austrália e Guiné, então por que este índice ?
O seu valor residual é alto, tornando-se uma fonte de renda, para seus colectores. A sucata de latinha de alumínio vale actualmente 6 vezes mais do que a garrafa plástica de PET e  33 vezes mais do que as de aço e 55 vezes mais do que as garrafas de vidro (no sucateiro).
O ciclo de vida das latinhas de alumínio, desde a sua produção na fabrica até a sua volta aos centros de reciclagem é de aproximadamente 60 dias. Mostrando que embalam produtos de altos consumos e alto giro  a mesma matéria prima pode retornar de 5 a 6 vezes ao ano no mercado por ser um material 100% reciclável.

Então, vejamos  o ciclo de vida da latinha de alumínio até onde nos interessa, para  aplicação do conceito de densidade aparente, que é o nosso foco.

1° PASSO: A COMPRA,
O consumidor compra o produto enlatado no super mercado;


2º PASSO: O DESCARTE,
Depois de consumido o produto embalado a lata é descartada;


3º PASSO: A COLETA
A latinha é recolhida e levada ao posto de troca (coleta), ou vendida aos sucateiros e o colector ganha mais ou menos R$ 3,00 para cada grupo de 75 latinhas, nesta fase a latinha sofre a 1ª prensagem para a redução do seu volume, para facilitar o seu transporte;


4º PASSO: A  PRENSAGEM
Neste estágio, as latas são prensadas novamente, gerando fardos com dimensões e densidades  definidas pelo reciclador.

Existem outras etapas da reciclagem que são Fundição, Lingotamento, Laminação, Novas latas, Enchimento e Consumo fechando o ciclo.

O alumínio tem uma densidade relativa de 2,7 g/cm3.

A latinha de alumínio tem as seguintes dimensões 12,5 cm de comprimento e 6 cm de diâmetro e o seu peso é de 14,5 g, portanto uma densidade aparente de D = 14,5/353 = 0,041g/cm3,  quando é descartada no 2°PASSO esta com  densidade aparente de 0,041g/cm3.

No 3°PASSO ela sofre uma 1ª prensagem individual, é pisada ( o normal ), para reduzir o seu volume e sua densidade aparente vai para aproximadamente D = 14,5/113 = 0,128 g/cm3,( Para este cálculo estimamos que ao pisar a lata o comprimento se reduz para 4 cm).

No 4ºPASSO as latinhas são prensadas em fardos com densidades aparentes entre 0,5 a 0,6 g/cm3,  para se conseguir estas densidades  os fardos são feitos em prensas hidráulicas (semelhantes a utilizadas com as garrafas PET) com o objectivo de minimizar o custo frete.

O catador ou o recolhedor, ao transportar as latinhas amassadas com o pé, utiliza normalmente uma sacola ou um saco plástico, então neste caso, vamos calcular qual o volume ocupado por 2 quilos de latinhas. Uma lata pesa 14,5 g então em 2 quilos de latinhas temos: Nº latas = 2000g/14,5g = 140; cada latinha pisada tem uma densidade de 0,128 g/cm3 então as 140 latas irão ocupar um volume médio de Vm = 2000g/0,128g/cm3 = 15,6 litros. 


Uma visita no site da Cempre 26/03/2011, colectamos os seguintes dados sobre  o preço dos materiais recicláveis ALUMÍNIO e PET que apresentamos a seguir:
     Material           Estado            Condições              Preço(R$/ton)

                              São Paulo         Prensado/limpo        1.200,00
     PET                  Rio Janeiro        Prensado/limpo        1.200,00
                              RGS                Prensado/limpo         1.100,00
                             São Paulo         Prensado                  2.400,00
     ALUMÍNIO        Rio Janeiro        Prensado                  2.400,00
                             RGS                 Prensado                  2.400,00

Pelos preços apresentados na bolsa de cotação do CEMPRE (para as cooperativas e sucateiros),  o Alumínio vale duas vezes mais do que o Pet, porem estes preços sofrem muita variação em função da falta ou não de mercadoria no mercado e devem ser utilizados somente como referencia.

APRESENTAMOS A SEGUIR O SEGUINTE DESAFIO: PELOS DADOS EXPOSTOS SOBRE AS DENSIDADES APARENTES E OS PREÇOS DE VENDA DO ALUMÍNIO E DO PET SE VOCÊ FOSSE UM CATADOR DE RECICLÁVEL INVESTIRIA MAIS EM QUAL MATERIAL?
Não se esqueçam antes de responder ou opinar que 96,2% do alumínio utilizado nas embalagens são recicladas e para se fazer 1 quilo de latinhas de alumínio precisa-se de 70 latas e para  fazer 1 quilo de Pet é preciso de 20 garrafas PET de 2 litros. BOA SORTE !!!

sexta-feira, 25 de março de 2011

SISTEMA ENGLOBEPET DE CORTE E COMPACTAÇÃO DAS GARRAFAS PET









Equipamento utilizado :     TESOURA COMUM

Comprimento total  = 15 a 17 cm

Comprimento da laminas = 8 a 10 cm










Característica especial da tesoura:
ter uma das lamina bem pontiagudo.




                                                                                       






PRIMEIRO PASSO:

Com a lamina pontiagudo da tesoura furar a
base da garrafa, onde se quer cortar;






SEGUNDO PASSO:
 Girar a garrafa com a mão esquerda e avançar o corte com a tesoura;










 TERCEIRO PASSO
 Retirar o fundo da garrafa e separar;
                      
              





QUARTO PASSO:
 retirado o fundo da garrafa, posicionar a tesoura como mostra a figura e subir
cortando até ao gargalo;








 QUINTO PASSO:                                          
 Cortar o gargalo da garrafa,
 girando a mesma com a mão
esquerda; a lamina curta ajuda
a fazer o corte;






                                 




SEXTO PASSO:
 Retirar o gargalo do corpo da garrafa    finalizando o corte;
        

                





 SÉTIMO PASSO:
 Repetir este mesmo procedimento para outras  garrafas;                 
                   
                                                                                                                                                                                       OITAVO PASSO:
 Compactar as garrafas cortadas, corpo com corpo, 
 fundo com fundo e gargalos                                              


NONO PASSO:
Embalar em um saco plástico para entrega em um
 ponto de recolhimento ou para colecta selectiva.

              
ESTE PROCEDIMENTO DE CORTE E COMPACTAÇÃO DAS GARRAFAS PET PÓS CONSUMO COMO TAMBÉM OS (GRANULADOS) FLAKES ORIGINADOS PELA TRITURAÇÃO SEPARADAS  DOS GARGALOS, CORPOS E FUNDOS ESTÃO PROTEGIDOS POR PATENTES, CASO SEJAM UTILIZADOS COMERCIALMENTE EXISTE A NECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO.
                                 
                                                                      

                                          

                                       
                                     
                                         
                                              
                                                    
                          











                                                                      
                                                                      
                                                                      

                                                                                                                                                                                                                                                                        
                                                      
                                               




















                         





























segunda-feira, 21 de março de 2011

RECICLAGEM DE GARRAFAS PET PÓS CONSUMO ( I )


As garrafas de PET começaram a ser utilizadas aqui no Brasil no inicio da década de 90, no envase de bebidas carbonatadas e águas minerais. Havia na época 2 (dois) fabricantes de resinas PET, uma pertencente a Rhodia ( SP ) e outra em Camaçari, na Bahia. Na realidade, o grupo baiano foi quem iniciou o pré marketing com resinas importadas de PET e injectando as pré formas (parison), em Manaus (Am).
O sucesso da substituição das embalagens de vidro, principalmente das embalagens de  refrigerantes na época chamada de "embalagens família", foi tão grande, que rapidamente conquistou o mercado, gerando uma falta de matéria prima no mercado nacional, necessitando importar essa resina dos mercados da Argentina e Coreia do Sul.
A experiência dos grupos internacionais em seus países, como a Rhodia e a Coca-Cola, já se anteciparam ao sucesso dessa nova embalagem e criaram uma espécie de verticalização (hoje chamada de responsabilidade estendida), para o problema que viria que era o da RECICLAGEM destas embalagens. Foram criadas algumas recicladoras, aproveitando a estrutura já existente de colecta e separação dos materiais recicláveis feitas pelos sucateiros e associações de catadores e dos trabalhadores dos lixões. Também um órgão representativo chamada de ABIPET, com a função de divulgar e promover o consumo das resinas de PET e também a incentivar a reciclagem da mesma.
A própria ABIPET promove uma divulgação dos resultados anuais do consumo de material virgem para utilização em garrafas de PET, e também um censo sobre a evolução da reciclagem no Brasil e no mundo (actualmente estão no 6° censo).
Em um levantamento histórico sobre a reciclagem destas embalagens, verifica-se que desde o seu início, a única medida eficaz tomada para o aumento da quantidade de material reciclado, foi a introdução da prensa hidráulica para enfardar as garrafas e aumentar a sua densidade aparente. Medida que favoreceu os catadores que formavam as associações e os catadores independentes que vendiam seus materiais aos sucateiros.
O enfardamento permitiu  diminuir drasticamente o frete do material a ser reciclado e este ganho financeiro, parte foi repassado aos catadores, praticamente dobrando o preço do material a ser reciclado . Também a criação das cooperativas pelas prefeituras auxiliaram a melhorar o índice de reciclagem nos últimos anos.
A utilização das garrafas de PET, vem conquistando novos mercados, como o mercado dos óleos vegetais, sucos, chás, bebidas isotonicas, ampliação do mercado de águas e outros. Este crescimento vertiginoso,  juntamente com o desenvolvimento de novas tecnologias na área petroquimica,  tornou o  sistema de produção  das resinas  de PET implantado no Brasil obsoleto, que não conseguiu competir com os preços internacionais. Hoje a produção desta resina esta localizada no estado de Pernambuco, produzida por uma empresa italiana que praticamente supre a necessidade do mercado nacional.
As informações sobre as resinas virgens de PET, não são muitos transparentes e também os preços praticados, devido a legislação brasileira não permitir o uso de material reciclado em alimentos, portanto não sabemos quanto dessas resinas estão sendo importadas, ou quanto é o material reciclado industrialmente, ou quanto efectivamente foi utilizado para fabricação de garrafas para alimentos, nem mesmo os números dos índices de reciclagem são precisos, simplesmente, utilizados como referencias, como orientado pelo próprio confecionador do censo. 
O que realmente sabemos, de uma forma prática é que a quantidade de garrafas PET esta aumentando dia a dia, nos lixos, nos logradouros públicos, nas calçadas, nos rios e lagos e caso não haja uma medida urgente sobre a sua utilização e descarte, muito em breve teremos as consequencias que hoje são notícias e manchetes em outros locais no mundo.


Esta é uma parte de um artigo que pretende conjuntamente com a implantação da Política Nacional dos Resíduos Sólidos buscar uma solução mais eficiente para a reciclagem das garrafas PET pós consumo e trata-la como uma logística reversa das embalagens e apropriar as responsabilidades a todos os actores envolvidos directamente ou indirectamente no problema.
















sábado, 19 de março de 2011

CIENTISTAS PARTEM RUMO AO GRANDE DEPÓSITO DE LIXO DO PACÍFICO


Em função do terremoto ocorrrido em 11 de março no Japão, estava navegando na Internet e deparei com um video do site Apollo 11.com  com o nome " The Pacific Garbage Dump Nighting " e fui vistar o site e me surpreendi com o farto material sobre a poluição dos mares, principalmente no Oceano Pacífico e que reescrevo no blog com uma roupagem nova, com o objetivo de  criar um alerta para o nosso litoral.
Quase todos sabem que o plástico não é totalmente decomposto e que a cada dia se acumula na natureza. Grande parte desse material descartado tem  como destino certo os mares e oceanos e a sua concentração é tão alta que formou uma verdadeira ilha flutuante do tamanho da Inglaterra e que encontra à deriva no oceano Pacífico.
Chamada de "O Grande Depósito de Lixo do Pacífico", a ilha de plástico se localiza a 1600 Km a oeste da Califórnia em uma área de vórtice
ciclônico criados pela alta pressão das correntes de ar que produzem uma espécie de redomoinho que atrai e aprisiona o material plástico flutuante.
Não se sabe exatamente como o fenômeno do Grande Depósito de Lixo teve origem, mas estima-se que desde a década de 1950 a quantidade de material aprisionada vem crescendo à razão de 10 vêzes a cada década e hoje esta estimado em 5 milhões de toneladas de plásticos. Segundo os especialistas, a maior parte do lixo ali presente é proveniente de paises altamente industrializados, especialmente Japão e áreas da costa oeste americana.
Com o objetivo de entender um pouco mais sobre o fenômeno, um grupo de pesquisadores partiu esta terça-feira (04/08/2009) rumo à montanha de lixo plástico, com o objetivo de estudar mais de perto as características da ilha. "Esse é o tipo de problema que não esta ao alcançe dos olhos, mas tem impactos devastadores sobre o oceano," disse Mary Crowly, co-fundadora do projeto Kaisei, uma expedição feita em parceria com a Universidade da Califórnia.
Crowly navega no Pacífico há mais de 40 anos e diz que a cada dia que passa mais e mais destritos plásticos são vistos. "Sejam garrafas plásticas, barris, materiais de pesca, todo tipo de plástico é observado até mesmo nas ilhas e praias remotas". disse.
Além da expedição Kaisei, outro navio com 20 pesquisadores a bordo partiu no último domingo (02/08/2009) em direção à ilha, chamada Novo Horizonte, a expedição é financiada pela Universidade da Califórnia e devera permanecer na região por tempo indeterminado. Os cientistas farão os primeiros levantamentos de como o plástico acumulado afeta a fauna e a flora marinha, além de realizarem estudos preliminares sobre a viabilidade de limpeza da ilha de lixo.
"Vamos tentar mapear as áreas com maior concentrações de materiais e começar a compreender um pouco mais sobre o problema". disse Miriam Goldstein, cientista chefe da expedição Scripps.  A equipe de pesquisadores estudarão principalmente o efeito do plástico sobre os fitoplânctons e o possível impacto sobre a alimentação dos cardumes de pequenos peixes.
Este artigo foi apresentado no site apollo 11.com, em 05/08/2009, portanto a dois anos atrás e estes pesquisadores já regressaram destas expedições com dados suficientes para alertar o mundo sobre o descartes dos materiais plásticos ou  uma recomendação para a substituição dos mesmos em determinadas aplicações ou um maior apelo para a reutilização, redução e reciclagem destes materiais .


Estamos falando do Oceano Pacifico, mas nós ou melhor a nossa costa marítima é banhada pelo Oceano Atlântico isso jamais vai acontecer. Então vamos ver o que o próximo video pode nos ensinar.
            

Será que seremos suficientemente prudentes para aprendermos com os êrros cometidos pelos outros ou cometeremos os mesmos êrros???

domingo, 6 de março de 2011

O QUE TEM NO LIXO QUE TANTO REVIRA ? ( I )

Na realidade não é revirar, mas sim reciclar e reutilizar. Assim como em nossa memória guardamos muitas lembranças, que aparentemente não há valor algum associado a elas, porém, em um determinado momento pode adquirir um significado novo, dentro de um contexto de valores que se renovam, pelo fato das nossas verdades serem muito dinâmicas.
Hoje, estou tentando adequar o meu modo de vida com o conceito de consumo desenfreado que se apossou da nossa sociedade, essa necessidade de ter as coisas e, quando a tem, já quer o de modelo ou cor e formato diferente que foi lançado no mercado mais recentemente.
Há em casa um guarda-roupas herdado da minha mãe e a dois anos atrás, quando ao trocar o espelho e dar um verniz novo, notei uns selinhos, aqueles, que quando se comprava um produto, vinha colado na embalagem como sinal que o fabricante havia prestado conta com o fisco e a sua data era de 1955. Não era um produto de primeira linha, pois tinha diversos tipos de madeiras na sua estrutura, porém tinha uma qualidade bastante sólida para aguentar tantos anos e olha que foram algumas mudanças de endereços.
Assim como este guarda-roupas, tenho lembranças bastante sólidas quanto a reduzir, reciclar e reutilizar as embalagens dos produtos que consumimos. Por essa época, 1955, éramos um bando de meninos na faixa etária entre 8 a 15 anos e jogávamos bola em um terreno baldio, onde aos domingos se colocava as traves e aquele era o nosso campo de futebol oficial, assim como outros milhares  que haviam espalhados nas várzea da capital.
Como era um período de pós-guerra, havia muito desemprego e os adultos faziam fila em frente as fabricas de tecelagens, todos os dias, na esperança de conseguir uma vaga. Logo, para os meninos que queriam ganhar um dinheirinho, a situação era quase impossível e o que nos restava para conseguir um uniforme para o time de futebol era esperar o período das eleições e conseguir uma promessa do candidato do bairro, caso ele vencesse as eleições. Muitas vezes, o candidato apoiado perdia o pleito e nós ficávamos a ver navios e com a próxima eleição estava um pouco distante, tínhamos que arrumar outra alternativa.
Esta alternativa estava no ferro-velho do Seu Chico, que emprestava carrocinhas, para recolher os materiais descartáveis da época, jornais velhos, revistas, garrafas de vidros coloridos ou incolores, panelas velhas de ferro ou de alumínio, folhas de zinco, pedaços de fios de cobre e outros materiais que no momento não recordo.
Assim, saiamos sempre que possível em grupos de quatro garotos, o mais velho ou o mais forte ia puxando a carrocinha e os outros três, vasculhando os terrenos baldios que eram transformados em lixeiras pelo povão ou perguntando as donas de casas se não tinham nada para jogar fora. Ao final do dia, retornávamos ao ferro-velho para vender o que tínhamos recolhido ao longo do dia. Desta forma, depois de meses de trabalho pesado e economia, tínhamos o dinheiro para a compra dos uniformes. Não era uniforme completo não! Era somente as camisas, ficando os calções e as meias por conta de cada um, mas era uma alegria e um feito grandioso, que no domingo, dia de jogo, chamávamos o fotografo para tirar a foto de lembrança.
A causa  pode não ter sido nobre porém os efeitos foram benéficos, pois foi o início de um contacto com o conceito de reutilização e reciclagem.

terça-feira, 1 de março de 2011

MÁQUINA FANTÁSTICA

Oi pessoal !
Hoje recebi de um primo meu um e-mail, como êle sabe que estou escrevendo sobre reciclagem, mandou-me um video que esta bombando no YOU TUBE e estou repassando prá voces, que por si só vale como uma matéria.             click em :


                              http://www.flixxy.com/convert-plastic-to-oil.htm