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sexta-feira, 1 de abril de 2011

BANGLADESH *Antes da ler este artigo assista ao video da postagem anterior *


País : BANGLADESH
Capital : DAKA
População: 154.037.902 hab.
Área : 143.998 Km2
Densidade: 1.002 hab/km2
( a maior do mundo).
Renda per capita:U$1.300 (153°)
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Procurava um vídeo sobre reciclagem PET que pudesse ilustrar os artigos que estava escrevendo, quando deparei com um vídeo sobre "a população pobre de Bangladesh lucra com reciclagem de PET" e ao assisti-lo fiquei a analisa-lo no aspecto tecnológico   do processo ( começo, meio e fim ) e comparar com o que temos no Brasil.  Mas, havia algo que me incomodava e não conseguia identificar o quê ou o porquê.
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Sabemos que há 3 (três) tipos de reciclagens para as garrafas PET : a mecânica, a química e a energética. No Brasil adoptou-se  a reciclagem mecânica, por ela requerer  pouca tecnologia, baixo aporte financeiro e baixo nível de especialização na mão de obra, uma actividade essencialmente própria para um pais subdesenvolvido ou em desenvolvimento. Em qualquer visita de alguém que  esteja fazendo trabalhos ou levantamentos sobre reciclagem de garrafas PET pós consumo em nosso pais, deve ficar  maravilhado com o nível de tecnologia aplicado na produção dos flakes (flocos), desde a alimentação, lavagem, trituração, pós lavagem, secagem, silagem e embalagem dos produtos acabados, onde há pouca ou nenhuma  interferência do homem no processo produtivo. Apresentamos a seguir um vídeo de um processo produtivo de reciclagem PET utilizado no Brasil,  produção média de 700kg/hora.

                                   

Qual a semelhança que encontramos nos dois vídeos?
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 O material a ser reciclado sendo colectado, a reciclagem acontece tenha ou não tecnologia no sistema de produção. No vídeo de Bangladesh, o material a ser reciclado esta amontoado em um pátio, para ser separado por cores e limpos dos rótulos e outras impurezas e consequentemente identificação do material das garrafas. O seu transporte até aquele local foi feito sem o material ser prensado, o que com certeza foi dificultoso, pelo volume ocupado pela carga.
Existe uma coerência desde a colecta, separação, transporte, limpeza onde mostra o inicio da cadeia da reciclagem, formada por um batalhão de pessoas de baixa renda e  especialização, devido ao serviço ser simples e em seguida um processo de trituração e lavagem praticamente artesanal e a retirada do excesso de água por meio de uma centrifugação ( centrifugas antigas,utilizadas para retirada de excesso de água de roupas em lavandarias).
E o processo continua com a secagem por evaporação ao ar livre, com mexidas eventuais e retiradas de contaminantes e posterior embalagem (exportação).

Pais : Brasil
Capital : Brasília
População : 190.732.694 habitantes
Área : 8.514.876.599 km2
Densidade : 22 hab/km2
Renda per capita : U$ 10.296 (70°)

O modelo adoptado pelo sistema de reciclagem de garrafas PET pós consumo , no Brasil,  foi aproveitar o que havia  naquele momento (1994), da colecta de recicláveis e aumentar mais um item que foi a garrafa PET. Daquela data até os dias de hoje, foram criadas em alguns municípios o sistema de colecta selectiva ( 945), sistema de cooperativas e implantação das prensas para enfardar PET nessas cooperativas, alguns pontos de entregas voluntárias,  mudanças que culminaram no aumento do índice de reciclagem conforme gráfico abaixo.
TAXA DE RECICLAGEM PET NO BRASIL
O grande volume desse material reciclado, são originários de lixões e catadores independentes que vendem para pequenos sucateiros e grandes intermediários, os trabalhadores que executam esta tarefa de colecta e selecção das garrafas PET tem as condições de trabalho iguais ou piores que os trabalhadores do vídeo de BANGLADESH.
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Aquilo que me incomodava foi aos poucos surgindo, porque no inicio do artigo,  estava com a atenção voltada para a tecnologia nos dois processos e percebia a realidade dos dois países e a diferença nos dois processos, mostrava a eficiência do  modelo brasileiro, justificada pelo volume do material a ser reciclado. 
O pais Bangladesh, tem o território do tamanho do Estado do ACRE, a sua população é 224 vezes maior e a sua renda per capita oito vezes menor que a do brasileiro.
A diferença tecnológica  nos processos  de reciclagem das garrafas PET entre os dois países é a mesma diferença que existe entre o ganho do trabalhador (catador) de recicláveis  e o  ganho dos sucateiros e recicladores no BRASIL. A diferença das tecnologias é justificável, em face do volume de material a ser reciclado, porém a diferença no ganho não há como buscar uma justificativa é a nossa actual  realidade.
Deve existir  um modelo para o processo de reciclagem mais justo entre estes dois extremos que foi apresentado, onde a necessidade de reciclar a garrafa PET pós consumo seja uma prioridade, remunere com justiça toda a cadeia, desde o (começo) catadores, cooperativas, o meio (recicladores) e o final (empresas consumidoras de reciclado) porque todos seremos vencedores, as empresas produtoras de resinas, fabricantes de equipamentos, fornecedores de pré formas, os embaladores de produtos, os consumidores,  a cadeia de reciclagem, a sociedade, o poder público, o meio ambiente.
Que o  Plano Nacional de Resíduos Sólidos, aprovado em 2010, seja um marco e um divisor de águas para todo o sistema de reciclagem no Brasil.

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