Powered By Blogger

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A QUEM ENGANAMOS ou SOMOS ENGANADOS ?

*
A embalagens de  PET sem dúvida nenhuma trouxeram muitos benefícios na área da embalagens de alimentos, no inicio buscaram uma resina que pudesse ter como característica principal, a barreira contra gases, para dar vida mais longa aos alimentos. Com o desenvolvimento de novas tecnologias de transformação, principalmente o processo de injecção e posterior sopro, com estiramento bi-axial , esta resina desenvolveu caracteristicas de propriedades mecânicas e oticas que surpreenderam o mercado de embalagens. A transparencia e o brilho foram utilizadas pelo sector de marketing para mostrar a pureza, a cor do produto embalado, propriedades que faltavam as embalagens de alumínio e da folhas de frandes. As propriedades mecânicas da resina conjuntamente com os equipamentos desenvolvidos,  permitiram a criação de embalagens que facilmente deslocaram  as embalagens convencionais e ganharam o seus mercados; refrigerantes, água, chá, condimentos, isotonicos e  outros.

Mas sem dúvida nenhuma, a principal característica que revolucionou o mercado, com a entrada desta embalagem PET, foi  o processo de produção da garrafa em dois estágios, que mudou a logística directa de produção e distribuição dos produtos embalados com a garrafa de PET. Na realidade houve uma revolução no mercado de produção e distribuição dos refrigerantes, principalmente nas grandes empresas do sector. Nas áreas de produção, na estocagem, lavagem, menor área de estoque, menor investimento em embalagens, economia de água, energia, mão de obras, eliminação de intermediários (depósitos), transportes e em  sectores administrativos. Nos pontos de vendas, houve a diminuição de estoque em face do atendimento mais rápidos dos pedidos, menor área de estocagem (garrafas vazias), redução de mão de obra, rapidez na entrega, sem os vasilhames de retorno e outros. O consumidor, ganhou a comodidade de não precisar guardar e levar os vasilhames na hora da compra, menor possibilidade de acidentes caseiros e outras facilidades que os produtos one way permitem no dia a dia.
O que levou a escrever este artigo, foram os índices de reciclagens apresentados pelos dois maiores segmentos de embalagens de refrigerantes e afins, que são os alumínio e o PET. Uma guerra de números e de artigos de vanglorias, que necessitam ser melhor avaliados e digeridos pelos meios de comunicações e pela sociedade. Apresentamos dados fornecidos pelas próprias entidades que representam estas duas matérias primas a ABAL E ABIPET, para uma analise e posicionamento.
GRÁFICO DEMONSTRATIVO DE LATAS DE ALUMINIO PRODUZIDO X RECICLADO
 
A lata de alumínio chegou ao BRASIL no ano de 1989 e no momento 95% das bebidas vendidas em latas no pais utilizam a embalagem de alumínio. A embalagem de alumínio,  pode ser reciclada infinitas vezes e sempre volta como lata. O seu ciclo de vida, desde a sua produção até a sua reciclagem dura em média 35 dias, significando que a matéria prima alumínio em um ano volta até 10 vezes a mesa do consumidor.


GRAFICO DEMONSTRATIVO GARRAFAS PET PRODUZIDAS X RECICLADAS

 A embalagem de PET chegou ao BRASIL, em 1989, na Bahia, com a fabrica de pré formas em Simões Filho e em 1991 a instalação da 1ª unidade de sopro no "sistema in house", que revolucionou o mercados de embalagens para refrigerantes e agua. A embalagem de PET pós consumo, gera um material reciclado pelo processo de reciclagem mecânica, que não pode ser reutilizada para fabricação de embalagem para alimentos.
Como as embalagens de alumínio, as embalagens de PET embalam produtos com ciclos de vida bastante curtos, em média de 35 a 45 dias. Se fossem utilizados para fabricar novamente, o  mesmo PET, também estaria na mesa do consumidor em média 10 vezes por ano.

gráfico para demonstrar o acumulado de latas de alumínio no meio ambiente entre 2004 a 2009

                                                     ************  ************  *********


gráfico mostrando o acumulado de garrafas PET no meio ambiente entre 2004 a 2008
 Como estes valores são tão diferentes!! O meio ambiente acusa neste período de 2004 a 2008, que as garrafas de PET pós consumo agrediram 28 vezes mais do que as embalagens de alumínio.
Estes materiais são utilizados praticamente no mesmo segmento de mercado, tem o tempo de vida no mercado quase o mesmo, com diferença de 2 anos a mais para o alumínio, embalam produtos com ciclos de vidas quase idênticos, então por que números tão diferentes ?
O assunto esta definido e os números estão disponíveis, para os seus comentários e posicionamentos.
 **
O meu comentário será  baseado nos artigos e teses universitárias que tenho lido na busca de informações para um projecto de logística reversa de embalagens pós consumo. Então. buscarei ser o mais imparcial possível, dando apenas posicionamento como um consumidor normal.
Tanto o Alumínio como o Pet, na reciclagem, aproveitaram a estrutura de selecção e colecta  já consagrada, para os materiais recicláveis como o papel, papelão, metais em geral ( latão, chumbo, cobre e ferro ) e vidros, aqui no Brasil e se tornaram mais um item de reciclagem.
A diferença foi que o Alumínio trouxe uma experiência de outros países em reciclagem, onde o minério era escasso e a reciclagem valorizada em todo o seu ciclos, desde a colecta até a fundição, fechando o ciclo de vida. O que não aconteceu com o Pet, que teve origem nos Estados Unidos e México, que são os dois maiores consumidores de Pet para embalagens descartáveis e onde os materiais virgens são abundantes e o preço do reciclado muito perto da resina virgem, que  faz não compensar a selecção e colecta e reciclagem das garrafas pós consumidas ( mão de obra cara ). Este modelo foi implantado no Brasil, não valorizando todas as etapas do ciclo de reciclagem das embalagens pós consumo, principalmente a colecta e selecção.
Em 1989, morava em Salvador na Bahia e quando fazia uma comemoração ou uma festa de aniversário, ia até ao deposito de bebidas e comprava as cervejas, refrigerantes família, e outras bebidas e deixava um cheque como caução, pelas garrafas e engradados que levava emprestado. Terminada as festas e consumidos os líquidos devolvia as garrafas e os engradados e retirava o cheque caucionado, enfim, pagava somente o líquido consumido. Isto também valia nos super mercados, nas compras quinzenais ou mensais, onde comprava os refrigerantes e caso não tivesse o casco, pagava um deposito compulsório pelo vasilhame, isto é, pagava somente o liquido. Estou me referindo a Salvador, porque lá era assim, em São Paulo ou outros lugares não sei. Resumindo, o retorno dos vasilhames era responsabilidade das empresas envasadoras dos produtos.
Actualmente, você vai ao super mercado, compra os refrigerantes de qualquer marca em embalagens Pet, paga pelo liquido e pelo vasilhame e depois de consumido o líquido, a responsabilidade do retorno adequado  do vasilhame é sua e do poder público. Esta mudança na regra de comercialização que deve ser revista pela Lei Nacional de Resíduos Sólidos, no capitulo da Logística Reversa e Responsabilidade Extendida. Caso as empresas de refrigerantes, fossem obrigadas a devolverem o valor pago pelo vasilhame ou parte dele, a etapa de selecção e colecta estaria resolvida, visto o caso da latas de alumínio que valoriza esta etapa da reciclagem e talvez pudéssemos melhorar este placar de 28 X 1 para o PET DEGRADANDO O AMBIENTE.

Nenhum comentário:

Postar um comentário